sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Partida

Carolina olhou para mim como se receasse não me encontrar e sorriu ao confirmar a minha presença junto dela. Mas era um sorriso triste, de quem ia perder alguma coisa importante. Procurei corresponder ao sorriso, mas creio que apenas se formou na minha cara um esgar, reflexo de um nervoso miúdo que não conseguia controlar.
“Não vás!, fica comigo.” Disse ela, tentando conter os reflexos azuis que lhe brotavam dos olhos.
“Sabes bem que não posso ficar.” Disse eu. Mas as palavras saíam secas da garganta...

arguído

Houve um dia que a Sónia me disse, no “states”, que ela tinha acabado comigo não porque já não me amasse, mas sim, porque me considerava um preguiçoso sem objectivos.

O arguído considera-se culpado.

Janeiro

... a minha língua na sua língua e lentamente sinto que sou conquistado por algo mais forte que trovadas de verão.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ananás

“Sempre que como Ananás penso no Anjinho”, escreveu a Carolina no seu diário pouco tempo antes de morrer. E eu passei dias a pensar porque razão pensaria ela em mim quando comia Ananás. Até que me lembrei de almoços e jantares em minha casa, onde, por norma, havia Ananás em calda como sobremesa.