Ana queria mudar de roupa, por isso fomos a sua casa.
A casa era uma vivenda recentemente construída, de uma arquitectura linear, que demonstrava a capacidade económica dos seus pais.
Entramos. O silêncio sepulcral daquelas paredes, parecia abraçar-nos de uma forma persistente e isso de alguma forma surpreendeu-me.
Entramos no seu quarto. Na parede estava uma pintura minha que fiz para uma festa no Bar “A noite tem mil olhos”. Uma figura estilizada de um homem a tocar um instrumento de sopro, pintada a preto e dourado.
“Queres que saia”, perguntei eu de uma forma que acentuava um pudor que não era habitual em mim.
“Não é preciso. É como se estivéssemos na praia…”
Eu fingi estar distraído com os livros que ocupavam a estante, mas não consegui deixar de reparar na forma como estava magra e na roupa interior que tinha. Não tinha perdido o bom gosto e até era capaz de afirmar que o tinha refinado.
Por norma, sobretudo naqueles dias, a vaidade era uma das características que mais me incomodava nas mulheres. Mas nela a vaidade encaixava tão perfeitamente como a água se molda a qualquer objecto que a contenha.
“Sabes, o grande amor da minha vida é um homem casado…” Disse ela como se esperasse qualquer tipo de comentário. Mas eu nada disse limitei-me a olhá-la. Na altura assumi saber quem era esse amor, mas hoje, de alguma forma lamento nunca ter perguntado quem era.
A casa era uma vivenda recentemente construída, de uma arquitectura linear, que demonstrava a capacidade económica dos seus pais.
Entramos. O silêncio sepulcral daquelas paredes, parecia abraçar-nos de uma forma persistente e isso de alguma forma surpreendeu-me.
Entramos no seu quarto. Na parede estava uma pintura minha que fiz para uma festa no Bar “A noite tem mil olhos”. Uma figura estilizada de um homem a tocar um instrumento de sopro, pintada a preto e dourado.
“Queres que saia”, perguntei eu de uma forma que acentuava um pudor que não era habitual em mim.
“Não é preciso. É como se estivéssemos na praia…”
Eu fingi estar distraído com os livros que ocupavam a estante, mas não consegui deixar de reparar na forma como estava magra e na roupa interior que tinha. Não tinha perdido o bom gosto e até era capaz de afirmar que o tinha refinado.
Por norma, sobretudo naqueles dias, a vaidade era uma das características que mais me incomodava nas mulheres. Mas nela a vaidade encaixava tão perfeitamente como a água se molda a qualquer objecto que a contenha.
“Sabes, o grande amor da minha vida é um homem casado…” Disse ela como se esperasse qualquer tipo de comentário. Mas eu nada disse limitei-me a olhá-la. Na altura assumi saber quem era esse amor, mas hoje, de alguma forma lamento nunca ter perguntado quem era.
1 comentário:
É engraçado como nós "Anas" temos todas o mesmo fado.
O compromisso (dos outros) é-nos infligido... e constrange-nos tudo, os pensamentos, as acções, as ideias e os ideais.
Acho que é uma execração que vem desde a época da Anne Boleyn. ;)
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