sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Partida

Carolina olhou para mim como se receasse não me encontrar e sorriu ao confirmar a minha presença junto dela. Mas era um sorriso triste, de quem ia perder alguma coisa importante. Procurei corresponder ao sorriso, mas creio que apenas se formou na minha cara um esgar, reflexo de um nervoso miúdo que não conseguia controlar.
“Não vás!, fica comigo.” Disse ela, tentando conter os reflexos azuis que lhe brotavam dos olhos.
“Sabes bem que não posso ficar.” Disse eu. Mas as palavras saíam secas da garganta...

1 comentário:

éme. disse...

Agora é-me mais complicado comentar estes excertos de acontecimentos com a "Carolina"...
Mas bem, cá vai:
Todas as partidas podem deixar um travo amargo nos gestos, não?
Todas as partidas, quase sempre, se se dão é porque teriam mesmo que acontecer, não?
Todas as partidas... se chegam a despontar, deve ser porque Tem De Ser... por serem (então) inevitáveis.
E também há aquelas, as que não compreendemos...
Na verdade, as que acontecem sem que percebamos bem por que tiveram mesmo de se dar, essas são as que dão cabo de nós.
Não??