quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Handsome Devil
All the streets are crammed with things
Eager to be held
I know what hands are for
And I'd like to help myself
You ask me the time
But I sense something more
And I would like to give
What I think you're asking for
You handsome devil
Oh, you handsome devil
Let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, I say, I say
I crack the whip
And you skip
But you deserve it
You deserve it, deserve it, deserve it
A boy in the bush
Is worth two in the hand
I think I can help you get through your exams
Oh, you handsome devil
Oh, let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bedI say, I say, I say
I crack the whip
And you skip
But you deserve it
You deserve it, deserve it, deserve it
And when we're in your scholarly room
Who will swallow whom ?
When we're in your scholarly room
Who will swallow whom ?
You handsome devil
Oh, let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, I say, I say
There's more to life than books, you know
But not much more
Oh, there's more to life than books, you know
But not much more, not much more
Oh, you handsome devil
Eager to be held
I know what hands are for
And I'd like to help myself
You ask me the time
But I sense something more
And I would like to give
What I think you're asking for
You handsome devil
Oh, you handsome devil
Let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, I say, I say
I crack the whip
And you skip
But you deserve it
You deserve it, deserve it, deserve it
A boy in the bush
Is worth two in the hand
I think I can help you get through your exams
Oh, you handsome devil
Oh, let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bedI say, I say, I say
I crack the whip
And you skip
But you deserve it
You deserve it, deserve it, deserve it
And when we're in your scholarly room
Who will swallow whom ?
When we're in your scholarly room
Who will swallow whom ?
You handsome devil
Oh, let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, I say, I say
There's more to life than books, you know
But not much more
Oh, there's more to life than books, you know
But not much more, not much more
Oh, you handsome devil
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Homenagem a cesário verde
Homenagem a cesário verde
Aos pés do burro que olhava para o mar
depois do bolo-rei comeram-se sardinhas
com as sardinhas um pouco de goiabada
e depois do pudim, para um último cigarro
um feijão branco em sangue e rolas cozidas
Pouco depois cada qual procurou
com cada um o poente que convinha.
Chegou a noite e foram todos para casa ler Cesário Verde
que ainda há passeios ainda há poetas cá no país!
Mário Cesariny
Aos pés do burro que olhava para o mar
depois do bolo-rei comeram-se sardinhas
com as sardinhas um pouco de goiabada
e depois do pudim, para um último cigarro
um feijão branco em sangue e rolas cozidas
Pouco depois cada qual procurou
com cada um o poente que convinha.
Chegou a noite e foram todos para casa ler Cesário Verde
que ainda há passeios ainda há poetas cá no país!
Mário Cesariny
terça-feira, 25 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O Cavaleiro Polaco
"En un piso de la calle 52 Este de Nueva York, ante los ojos conmovidos de una mujer y un hombre que oyen tras las ventanas cerradas el viento del invierno y el rumor como de catarata de la ciudad a la que asoman muy pocas veces y encuentran en el baúl de Ramiro Retratista lo que nunca han buscado, lo que les perteneció siempre, sin que lo supieran o lo desearan, las razones más antiguas de su desarraigo y de su complicidad.
(...)
Ellos me hicieron, me engendraron, me lo legaron todo, lo que poseían y lo que nunca tuvieron, las palabras, el miedo, la ternura, los nombres, el dolor, la forma de mi cara, el color de mis ojos, la sensación de no haberme ido nunca de Mágina y de verla perderse muy lejos, al fondo de la extensión de la noche. "
El jinete polaco
Antonio Muñoz Molina
www.epdlp.com
El jinete polaco
Antonio Muñoz Molina
www.epdlp.com
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
I like you
Something in you caused me to
Take a new tact with you
You were going through something
I had just about scraped through
Why do you think I let you get away
With the things you say to me?
Could it be
I like you
It's so shameful of me
I like you
(…)
Morrissey
Take a new tact with you
You were going through something
I had just about scraped through
Why do you think I let you get away
With the things you say to me?
Could it be
I like you
It's so shameful of me
I like you
(…)
Morrissey
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
O Fim
Maior parte das vezes o fim assume sempre formas diferentes, mas mantém sempre a mesma consistência…
“Eu sinto, cada vez mais frequentemente, desejo por outros homens.” Disse a Cristina fitando o infinito vazio da rua, evitando olhar para mim.
Conseguem sentir o ar a tornar-se viscoso?, tornando cada vez mais difícil qualquer tipo de movimento ou reacção?
“Talvez, se fosses mais homem, nós poderíamos ter tido mais sexo” continua ela, plastificando a gosma incolor e inodora que nos rodeia, impedindo-me de respirar de uma forma normal, turvando a minha memória.
O regresso a casa foi difícil, demasiado lento e obscuro. Aquilo mais recordo é a imagem dos edifícios que se pareciam arquear sobre a rua…
“Eu sinto, cada vez mais frequentemente, desejo por outros homens.” Disse a Cristina fitando o infinito vazio da rua, evitando olhar para mim.
Conseguem sentir o ar a tornar-se viscoso?, tornando cada vez mais difícil qualquer tipo de movimento ou reacção?
“Talvez, se fosses mais homem, nós poderíamos ter tido mais sexo” continua ela, plastificando a gosma incolor e inodora que nos rodeia, impedindo-me de respirar de uma forma normal, turvando a minha memória.
O regresso a casa foi difícil, demasiado lento e obscuro. Aquilo mais recordo é a imagem dos edifícios que se pareciam arquear sobre a rua…
terça-feira, 30 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Dor e felicidade
Para algumas pessoas a dor e a felicidade são acontecimentos de magia.
Eva, de certa forma impedindo a minha passagem, disse: “finalmente encontrei a minha alma gémea. Eu merecia, fogo!” Por momentos esqueci que queria ir para o outro canto da sala e disse: “nem sempre as pessoas têm aquilo que merecem.” É uma característica minha utilizar estas frases aparentemente carregadas de conhecimento e de inocuidade para dar forma a uma ironia cínica. Eva sorriu, mostrando-se incapaz (a inteligência nunca foi o seu forte) de perceber que aquilo que eu disse não era, de forma alguma, abonatório à sua situação ou à vida que a conduziu aquele momento. Porque, na verdade, ela espalhou uma imensidão de dor ao tentar ser feliz…
Eva, de certa forma impedindo a minha passagem, disse: “finalmente encontrei a minha alma gémea. Eu merecia, fogo!” Por momentos esqueci que queria ir para o outro canto da sala e disse: “nem sempre as pessoas têm aquilo que merecem.” É uma característica minha utilizar estas frases aparentemente carregadas de conhecimento e de inocuidade para dar forma a uma ironia cínica. Eva sorriu, mostrando-se incapaz (a inteligência nunca foi o seu forte) de perceber que aquilo que eu disse não era, de forma alguma, abonatório à sua situação ou à vida que a conduziu aquele momento. Porque, na verdade, ela espalhou uma imensidão de dor ao tentar ser feliz…
terça-feira, 23 de setembro de 2008
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
A lógica
A lógica é a ciência do entendimento puro e da razão pura, das determinações e leis peculiares dos mesmos. O lógico tem, portanto, três aspectos: 1. o abstracto ou intelectual, 2. o dialéctico ou negativamente racional, 3. o especulativo ou positivamente racional. O intelectual permanece nos conceitos na sua rígida determinidade e diferenciação dos outros; o dialéctico mostra-se na sua passagem e na sua resolução; o especulativo ou racional apreende a sua contraposição, ou o positivo na resolução e na passagem.
Hegel
Propedêutica Filosófica
Primeira parte
Lógica
Hegel
Propedêutica Filosófica
Primeira parte
Lógica
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Trigo
sábado, 6 de setembro de 2008
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Deuses
Eros casou-se com Psique, com a condição de que ela nunca pudesse ver o seu rosto, pois isso significaria perdê-lo. Mas Psique, induzida por suas invejosas irmãs, observa o rosto de Eros à noite sob a luz de uma vela. Encantada com tamanha beleza do deus, distrai-se e deixa cair uma gota de cera sobre o peito do seu marido, que acorda. Irritado com a traição de Psique, Eros a abandona. Esta fica perturbada e passa a vaguear pelo mundo até se entregar à morte. Eros, que também sofria pela separação, implora para que Zeus tenha compaixão deles. Zeus o atende e Eros resgata sua esposa e passam a viver no Olimpo.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
sábado, 30 de agosto de 2008
O sol
O sol
Timidamente penetrando
Pela janela
Enchendo o ar que nos rodeia
O gosto amargo do café
O travo seco do cigarro
E ela à minha frente
O sol
Acaricia o seu rosto
E ilumina o seu olhar
Timidamente penetrando
Pela janela
Enchendo o ar que nos rodeia
O gosto amargo do café
O travo seco do cigarro
E ela à minha frente
O sol
Acaricia o seu rosto
E ilumina o seu olhar
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Hugo Pratt
Hugo Eugenio Pratt nasceu em 15 de Junho de 1927, na praia de Lido di Ravenna, Rimini na Itália e faleceu a 20 de Agosto de 1995 na Lausana, Suíça. Foi um autor de Banda desenhada italiano, criador de inúmeras personagens, das quais se destaca especialmente Corto Maltese.
Em 1945 conhece o desenhador Mario Faustinelli, e inicia-se na BD, faz parte do "grupo de Veneza", com Alberto Ongaro, Damiano e Dino Battaglia, entre outros. A sua colaboração na revista Asso di Picche, vale-lhe um convite para trabalhar na Argentina, para onde viaja em 1949, regressando em 1962.Em 1967, apôs cinco anos difíceis, conhece Florenzo Ivaldi, um empresário genovês que adora BD. Decidem lançar uma nova revista mensal, Sgt. Kirk, onde aparecem as primeiras pranchas de “Una Ballata del Mare Salato” (A Balada do Mar Salgado), com um personagem, Corto Maltese, na altura ainda um personagem secundário. A publicação da revista seria interrompida 30 números depois em Dezembro de 1969.A série de Corto Maltese continua três anos depois na revista francesa Pif. Entre Abril de 1970 e Abril de 1973 publica 21 episódios, hoje agrupados nos ciclos Sob o Signo do Capricórnio, Corto sempre um pouco mais longe, As Célticas e As EtiópicasA partir da segunda metade dos anos 70 e nos anos 80, Hugo Pratt desenvolve novas aventuras de Corto Maltese, que o consolidam como um dos grandes criadores do século XX.
Derivado dos seus conhecimentos de história e de uma capacidade de pesquisa exaustiva muitas das suas histórias estão colocadas em momentos determinados por acontecimentos relevantes (a guerra de 1755 entre os franceses e colonos britânicos em Ticonderoga, guerras coloniais em africa e ambas as guerras mundiais) e por alguns personagens que são figuras históricas ou bastante semelhantes, como o principal adversário de corto, Rasputin.A convite de George Rieu, chefe de redacção da revista francesa Pif. desenvolve também a série os Escorpiões do Deserto. Colabora também como o seu amigo e pupilo Milo Manara em diversos títulos como, por exemplo, El Gaucho
Derivado dos seus conhecimentos de história e de uma capacidade de pesquisa exaustiva muitas das suas histórias estão colocadas em momentos determinados por acontecimentos relevantes (a guerra de 1755 entre os franceses e colonos britânicos em Ticonderoga, guerras coloniais em africa e ambas as guerras mundiais) e por alguns personagens que são figuras históricas ou bastante semelhantes, como o principal adversário de corto, Rasputin.A convite de George Rieu, chefe de redacção da revista francesa Pif. desenvolve também a série os Escorpiões do Deserto. Colabora também como o seu amigo e pupilo Milo Manara em diversos títulos como, por exemplo, El Gaucho
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
domingo, 17 de agosto de 2008
Interpol
Interpol é uma banda de rock alternativo nova-iorquina, formada no ano de 1998 por Paul Banks (voz e guitarra), Carlos Dengler (baixo e teclado), Greg Drudy (bateria) e Daniel Kessler (guitarra). Drudy deixou a banda em 2000, sendo substituído por Sam Fogarino.As influências da banda são nitidamente, grupos post-punk do final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, como Echo & The Bunnymen, The Chameleons e Joy Division, com quem são frequentemente comparados.O seu primeiro álbum, “Turn on the Bright Lights”, foi lançado em 2002, após três EPs e participações em algumas compilações. A estreia do grupo foi um sucesso, canções como "PDA" e "Obstacle 1" fizeram a banda tornar-se conhecida. Em Setembro de 2004 a banda lançou o seu segundo álbum, chamado “Antics”, que rapidamente foi absorvido pela crítica.
Paul Julian Banks é, sem dúvida a figura central deste projecto musical. Nasceu em Clacton-on-Sea, Essex, na Inglaterra, a 3 de Maio de 1978 é o cantor, responsável pelas letras/poemas e guitarrista da banda. Paul é formado em Letras pela Universidade de Nova Iorque. Antes de fazer parte dos Interpol, Paul trabalhou como assistente na revista “Interview”. Para além da música a linguística é outra das suas paixões. Foi durante um intercâmbio para Paris, que ele conheceu Daniel Kessler, que o chamaria para ser o vocalista da banda. Banks compõe todas as letras dos Interpol e confessa que é fascinado por elas, mantendo todo o mistério e não discutindo seus significados, deixando apenas que os fãs façam suas próprias interpretações.Criatividade, discrição e inteligência são algumas das inúmeras características de Paul, que nos cativa com sua voz e composições misteriosas que levam o ouvinte ao mais completo e puro êxtase. Paul mora em Nova Jersey e não bebe álcool.
sábado, 16 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Vera
Vera foi violada por um quase conhecido quando ainda era adolescente. Por isso mesmo, embora odiasse o que sentia, o seu mais forte desejo era ser violada...
Homens
Cristina um dia disse: “as mulheres querem casar com um homem rico, mas desejam ir para a cama com um pedreiro.” Como esse não era um defeito seu, nada tinha contra homens ricos ou contra os pedreiros. Apenas realçava o aspecto erótico e estético dos corpos dos homens que desenvolvem trabalho braçal.
No entanto, de alguma forma torcida, essa afirmação confirmava as minhas suspeitas que a escassez de sexo na nossa relação assentava, embora eu não fosse nem nunca venha a ser rico, no facto de ela não manter nenhuma relação erótica com o meu corpo.
No entanto, de alguma forma torcida, essa afirmação confirmava as minhas suspeitas que a escassez de sexo na nossa relação assentava, embora eu não fosse nem nunca venha a ser rico, no facto de ela não manter nenhuma relação erótica com o meu corpo.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
All Star Batman and Robin the Boy Wonder
All Star Batman and Robin the Boy Wonder é uma série de banda Desenhada publicada pela DC Comics. O primeiro número foi lançado em Julho de 2005, sendo que o primeiro arco de histórias esteve a cargo de Frank Miller (argumento) e Jim Lee (desenho).
O primeiro número desta série vendeu mais de 300.000 cópias. Embora estivesse programado que esta série teria uma regularidade mensal, sucessivos atrasos e adiamentos acabaram por condicionar a publicação e, consequentemente, os números das vendas. No entanto, mantém-se o título mais vendido da DC Comics.
A série “All Star” tem sido comparada com a linha “Ultimate” da Marvel Comics, que foi uma tentativa, com sucesso de reintroduzir os personagens mais populares da Marvel junto de leitores mais novos, aproveitando, de certa forma, o lançamento de inúmeros filmes, através de versões renovadas, sem que tenham sofrido o desgaste de anos e anos de publicações contínuas. Até ao momento foram publicados dois personagens sobre a chancela “All Star”: Batman e Superman.
Esta série é assegurada por escritores e artistas de renome da indústria americana de Banda Desenhada, de forma a recontar a história de alguns dos mais importantes personagens do Universo DC, mas garantindo que estejam fora da continuidade dos personagens, não estando restringido por esta continuidade, procurando cativar novos leitores.
A história de All Star Batman and Robin the Boy Wonder é um recontar da origem do companheiro de Batman: Robin (Dick Grayson).
Dick Grayson é um acrobata que trabalha no Circo com os seus pais, juntos são "The Flying Graysons". Quando os seus pais são mortos, durante um espectáculo, por um assassino misterioso, Batman protege o jovem e começa a procurar o assassino…
O primeiro número desta série vendeu mais de 300.000 cópias. Embora estivesse programado que esta série teria uma regularidade mensal, sucessivos atrasos e adiamentos acabaram por condicionar a publicação e, consequentemente, os números das vendas. No entanto, mantém-se o título mais vendido da DC Comics.
A série “All Star” tem sido comparada com a linha “Ultimate” da Marvel Comics, que foi uma tentativa, com sucesso de reintroduzir os personagens mais populares da Marvel junto de leitores mais novos, aproveitando, de certa forma, o lançamento de inúmeros filmes, através de versões renovadas, sem que tenham sofrido o desgaste de anos e anos de publicações contínuas. Até ao momento foram publicados dois personagens sobre a chancela “All Star”: Batman e Superman.
Esta série é assegurada por escritores e artistas de renome da indústria americana de Banda Desenhada, de forma a recontar a história de alguns dos mais importantes personagens do Universo DC, mas garantindo que estejam fora da continuidade dos personagens, não estando restringido por esta continuidade, procurando cativar novos leitores.
A história de All Star Batman and Robin the Boy Wonder é um recontar da origem do companheiro de Batman: Robin (Dick Grayson).
Dick Grayson é um acrobata que trabalha no Circo com os seus pais, juntos são "The Flying Graysons". Quando os seus pais são mortos, durante um espectáculo, por um assassino misterioso, Batman protege o jovem e começa a procurar o assassino…
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Anarquias
- Oiça. Eu nasci do povo e na classe operária da cidade. De bom não herdei, como pode imaginar, nem a condição, nem as circunstâncias. Apenas me aconteceu ter uma inteligência naturalmente lúcida e uma vontade um tanto ou quanto forte. Mas esses eram dons naturais, que o meu baixo nascimento me não podia tirar.
``Fui operário, trabalhei, vivi uma vida apertada; fui, em resumo, o que a maioria da gente é naquele meio. Não digo que absolutamente passasse fome, mas andei lá perto. De resto, podia tê-la passado, que isso não alterava nada do que se seguiu, ou do que lhe vou expor, nem do que foi a minha vida, nem do que ela é agora.''
``Fui um operário vulgar, em suma; como todos, trabalhava porque tinha que trabalhar, e trabalhava o menos possível. O que eu era, era inteligente. Sempre que podia, lia coisas, discutia coisas, e, como não era tolo, nasceu-me uma grande insatisfação e uma grande revolta contra o meu destino e contra as condições sociais que o faziam assim. Já lhe disse que, em boa verdade, o meu destino podia ter sido pior do que era; mas naquela altura parecia-me a mim que eu era um entre a quem a Sorte tinha feito todas as injustiças juntas, e que se tinha servido das convenções sociais para mas fazer. Isto era aí pelos meus vinte anos - vinte e um o máximo - que foi quando me tornei anarquista.''
Parou um momento. Voltou-se um pouco mais para mim. Continuou, inclinando-se mais um pouco.
- Fui sempre mais ou menos lúcido. Senti-me revoltado. Quis perceber a minha revolta. Tornei-me anarquista consciente e convicto - o anarquista consciente e convicto que hoje sou.
Fernado Pessoa
Banqueiro Anarquista
``Fui operário, trabalhei, vivi uma vida apertada; fui, em resumo, o que a maioria da gente é naquele meio. Não digo que absolutamente passasse fome, mas andei lá perto. De resto, podia tê-la passado, que isso não alterava nada do que se seguiu, ou do que lhe vou expor, nem do que foi a minha vida, nem do que ela é agora.''
``Fui um operário vulgar, em suma; como todos, trabalhava porque tinha que trabalhar, e trabalhava o menos possível. O que eu era, era inteligente. Sempre que podia, lia coisas, discutia coisas, e, como não era tolo, nasceu-me uma grande insatisfação e uma grande revolta contra o meu destino e contra as condições sociais que o faziam assim. Já lhe disse que, em boa verdade, o meu destino podia ter sido pior do que era; mas naquela altura parecia-me a mim que eu era um entre a quem a Sorte tinha feito todas as injustiças juntas, e que se tinha servido das convenções sociais para mas fazer. Isto era aí pelos meus vinte anos - vinte e um o máximo - que foi quando me tornei anarquista.''
Parou um momento. Voltou-se um pouco mais para mim. Continuou, inclinando-se mais um pouco.
- Fui sempre mais ou menos lúcido. Senti-me revoltado. Quis perceber a minha revolta. Tornei-me anarquista consciente e convicto - o anarquista consciente e convicto que hoje sou.
Fernado Pessoa
Banqueiro Anarquista
segunda-feira, 21 de julho de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
O Amor de uma vida
Ana queria mudar de roupa, por isso fomos a sua casa.
A casa era uma vivenda recentemente construída, de uma arquitectura linear, que demonstrava a capacidade económica dos seus pais.
Entramos. O silêncio sepulcral daquelas paredes, parecia abraçar-nos de uma forma persistente e isso de alguma forma surpreendeu-me.
Entramos no seu quarto. Na parede estava uma pintura minha que fiz para uma festa no Bar “A noite tem mil olhos”. Uma figura estilizada de um homem a tocar um instrumento de sopro, pintada a preto e dourado.
“Queres que saia”, perguntei eu de uma forma que acentuava um pudor que não era habitual em mim.
“Não é preciso. É como se estivéssemos na praia…”
Eu fingi estar distraído com os livros que ocupavam a estante, mas não consegui deixar de reparar na forma como estava magra e na roupa interior que tinha. Não tinha perdido o bom gosto e até era capaz de afirmar que o tinha refinado.
Por norma, sobretudo naqueles dias, a vaidade era uma das características que mais me incomodava nas mulheres. Mas nela a vaidade encaixava tão perfeitamente como a água se molda a qualquer objecto que a contenha.
“Sabes, o grande amor da minha vida é um homem casado…” Disse ela como se esperasse qualquer tipo de comentário. Mas eu nada disse limitei-me a olhá-la. Na altura assumi saber quem era esse amor, mas hoje, de alguma forma lamento nunca ter perguntado quem era.
A casa era uma vivenda recentemente construída, de uma arquitectura linear, que demonstrava a capacidade económica dos seus pais.
Entramos. O silêncio sepulcral daquelas paredes, parecia abraçar-nos de uma forma persistente e isso de alguma forma surpreendeu-me.
Entramos no seu quarto. Na parede estava uma pintura minha que fiz para uma festa no Bar “A noite tem mil olhos”. Uma figura estilizada de um homem a tocar um instrumento de sopro, pintada a preto e dourado.
“Queres que saia”, perguntei eu de uma forma que acentuava um pudor que não era habitual em mim.
“Não é preciso. É como se estivéssemos na praia…”
Eu fingi estar distraído com os livros que ocupavam a estante, mas não consegui deixar de reparar na forma como estava magra e na roupa interior que tinha. Não tinha perdido o bom gosto e até era capaz de afirmar que o tinha refinado.
Por norma, sobretudo naqueles dias, a vaidade era uma das características que mais me incomodava nas mulheres. Mas nela a vaidade encaixava tão perfeitamente como a água se molda a qualquer objecto que a contenha.
“Sabes, o grande amor da minha vida é um homem casado…” Disse ela como se esperasse qualquer tipo de comentário. Mas eu nada disse limitei-me a olhá-la. Na altura assumi saber quem era esse amor, mas hoje, de alguma forma lamento nunca ter perguntado quem era.
sábado, 19 de julho de 2008
Fantasmas
Um fantasma do passado surge inesperadamente, durante a noite, esquelético e carcomido pelo tempo…
O Filipe um dia disse que era estranho que uma pessoa com tanta vontade de viver se tivesse acomodado, assim de repente, a uma forma conformista de vida. Mas eu não poderia concordar; Eva não tinha vontade de viver, carregava um desespero que a forçava em frente e acomodou-se assim que encontrou aquilo que lhe deu um vislumbre de paz…
O Filipe um dia disse que era estranho que uma pessoa com tanta vontade de viver se tivesse acomodado, assim de repente, a uma forma conformista de vida. Mas eu não poderia concordar; Eva não tinha vontade de viver, carregava um desespero que a forçava em frente e acomodou-se assim que encontrou aquilo que lhe deu um vislumbre de paz…
quarta-feira, 16 de julho de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Pequenos
Pequenos traços de luz rasgam a noite...
"Se não sentisses aquilo que sentes por mim, adorava fazer amor contigo, mas desta forma não sou capaz..."
Pequenas gotas de água consomem o oxigénio...
"Se não sentisses aquilo que sentes por mim, adorava fazer amor contigo, mas desta forma não sou capaz..."
Pequenas gotas de água consomem o oxigénio...
segunda-feira, 7 de julho de 2008
terça-feira, 1 de julho de 2008
Cossery
“Nunca desejei ter um belo carro ou qualquer outra coisa a não ser eu mesmo. Posso ir para a rua com as mãos nos bolsos e sinto-me um príncipe.”
Albert Cossery
Albert Cossery
Esquerda
Para explicar a opção que tomou Ana disse: “Sou de esquerda, portanto…”
Mas eu não pode deixar de pensar que ela mal sabia o que isso queria dizer. Para ela a esquerda pouco mais era (e é) que uma relação afectiva com a progenitura. Por isso mesmo bebi calado o resto da minha cerveja.
Mas eu não pode deixar de pensar que ela mal sabia o que isso queria dizer. Para ela a esquerda pouco mais era (e é) que uma relação afectiva com a progenitura. Por isso mesmo bebi calado o resto da minha cerveja.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Chuck Close
Chuck Close é um fotógrafo e pintor norte-americano nascido em Washington em 1940. Close utiliza como técnica sobretudo o Foto-realismo, técnica em que a pintura é similar a uma fotografia, e que se enquadra no movimento artístico denominado de Hiper-realismo. Desde 1968 Chuck Close tem pintado diversos retratos de grande tamanho baseados em fotografias previamente tiradas por si. O seu primeiro quadro com aplicação desta técnica, “Big Self Portrait”, um auto-retrato pintado a preto e branco, foi exibido na New York Gallery of Modern Art em 1973. Seguiram-se pinturas do rosto de amigos como Richard Serra ou Philip Glass. Desde então pinta frequentemente os mesmos retratos utilizando diferentes técnicas.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Pele
No dia em que nos deitamos pela primeira vez, fizemo-lo na cama da amiga com quem ela partilhava a casa.
(O quarto era o rosto da amiga; uma amalgama de perfume caro incenso e haxixe. A amiga era daquelas raparigas, hoje tão vulgares, que se situam entre a “betice” retrógrada, o “freak” idiota e a ausência de qualquer cariz religioso.)
O sexo não foi nada de especial. Apenas uma sucessão de movimentos limitados e mecanizados e gemidos de tal forma sincopados que soavam a falso. O sexo com ela, no início, era tão incipiente que me forçou a procurar uma ex-namorada, para me assegurar que ainda era capaz de sentir e dar prazer. Mas aquilo que mais recordo dessa primeira vez, e aquilo que mais me marcou, foi a textura da sua pele. Era tão deliciosamente suave, que ainda hoje guardo essa memória táctil.
(O quarto era o rosto da amiga; uma amalgama de perfume caro incenso e haxixe. A amiga era daquelas raparigas, hoje tão vulgares, que se situam entre a “betice” retrógrada, o “freak” idiota e a ausência de qualquer cariz religioso.)
O sexo não foi nada de especial. Apenas uma sucessão de movimentos limitados e mecanizados e gemidos de tal forma sincopados que soavam a falso. O sexo com ela, no início, era tão incipiente que me forçou a procurar uma ex-namorada, para me assegurar que ainda era capaz de sentir e dar prazer. Mas aquilo que mais recordo dessa primeira vez, e aquilo que mais me marcou, foi a textura da sua pele. Era tão deliciosamente suave, que ainda hoje guardo essa memória táctil.
sábado, 14 de junho de 2008
Parabéns
Jörg Immendorff nascido a 14 de Junho de 1945, Bleckede, tendo falecido em 28 de Maio de 2007 em Düsseldorf, foi um dos maiores pintores contemporâneos alemães, além de escultor, cenógrafo e professor de arte.
As suas pinturas são de alguma forma remanescentes do surrealismo, e quase sempre com um forte simbolismo para transmitir suas ideias políticas. Foi membro do movimento de arte alemão chamado Neue Wilde (Novos Selvagens). A sua série mais famosa “Cafe Deutschland”, composta de dezasseis grandes pinturas iniciou-se em 1977. Nela, Immendorff utiliza frequentadores de discoteca para simbolizar o conflito entre as Alemanhas Oriental e Ocidental.
As suas pinturas são de alguma forma remanescentes do surrealismo, e quase sempre com um forte simbolismo para transmitir suas ideias políticas. Foi membro do movimento de arte alemão chamado Neue Wilde (Novos Selvagens). A sua série mais famosa “Cafe Deutschland”, composta de dezasseis grandes pinturas iniciou-se em 1977. Nela, Immendorff utiliza frequentadores de discoteca para simbolizar o conflito entre as Alemanhas Oriental e Ocidental.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
domingo, 8 de junho de 2008
Acordar
A Beatriz disse: “se me queres luta por mim. Luta por aquilo que queres, ou um dia vais acordar e ver que estás fodido” Ela sempre foi assim; intolerante com aqueles que não procuram o sucesso e pouco comedida com as palavras.
Mas naquele dia o Sporting sagrou-se campeão de futebol, o que já não acontecia há muitos anos, e nós acabamos por percorrer as ruas de Coimbra a comemorar esse feito em honra do seu filho.
E eu por vezes ainda acordo com medo de estar fodido…
Mas naquele dia o Sporting sagrou-se campeão de futebol, o que já não acontecia há muitos anos, e nós acabamos por percorrer as ruas de Coimbra a comemorar esse feito em honra do seu filho.
E eu por vezes ainda acordo com medo de estar fodido…
quarta-feira, 4 de junho de 2008
The Dark Knight Returns
“The Dark Knight Returns”, promovido em Portugal como O Retorno do Cavaleiro das Trevas, é uma publicação da editora norte-americana DC Comics publicada em 1985 e 1986, tendo como protagonista o personagem conhecido como Batman (cuja alcunha — "o Cavaleiro das Trevas" — dá título à obra). A publicação foi escrita e desenhada por Frank Miller.
A História desenrola-se num futuro alternativo, onde os Super-heróis ou trabalham para o governo dos Estados Unidos ou estão proibidos de desenvolver actividades. Batman está retirado há 10 anos e retorna à actividade, para combater uma “gang” de adolescentes chamada de “mutantes”. O seu retorno lança questões sobre a legitimidade dos super-heróis e força o governo dos Estados Unidos a enviar Super-homem para suspender a sua actividade por qualquer meio necessário.
Esta B. D. introduz um Batman psicologicamente “negro”, cheio de fantasmas e obsessivo.
Quando de sua publicação, The Dark Knight Returns chamou a atenção de toda a indústria de Banda Desenhada e ajudou a introduzir uma era de Banda Desenhada criada para adultos no mundo fantasioso dos super-heróis, chamando a atenção dos órgãos de comunicação social para um género que até então era considerado entretenimento infantil.
Considera-se que esta história, assim com Watchmen, de Alan Moore (publicada no mesmo ano) e Maus, de Art Spiegelman (1988), teria ajudado a elevar o meio da banda desenhada a um nível mais maduro de literatura.
A História desenrola-se num futuro alternativo, onde os Super-heróis ou trabalham para o governo dos Estados Unidos ou estão proibidos de desenvolver actividades. Batman está retirado há 10 anos e retorna à actividade, para combater uma “gang” de adolescentes chamada de “mutantes”. O seu retorno lança questões sobre a legitimidade dos super-heróis e força o governo dos Estados Unidos a enviar Super-homem para suspender a sua actividade por qualquer meio necessário.
Esta B. D. introduz um Batman psicologicamente “negro”, cheio de fantasmas e obsessivo.
Quando de sua publicação, The Dark Knight Returns chamou a atenção de toda a indústria de Banda Desenhada e ajudou a introduzir uma era de Banda Desenhada criada para adultos no mundo fantasioso dos super-heróis, chamando a atenção dos órgãos de comunicação social para um género que até então era considerado entretenimento infantil.
Considera-se que esta história, assim com Watchmen, de Alan Moore (publicada no mesmo ano) e Maus, de Art Spiegelman (1988), teria ajudado a elevar o meio da banda desenhada a um nível mais maduro de literatura.
terça-feira, 3 de junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
Sgt. Pepper's
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band é o oitavo álbum lançado pelos Beatles. É frequentemente citado como o melhor e mais influente álbum da história do rock e da música. Gravado em 129 dias em aproximadamente 700 horas, foi lançado em 1 de Junho de 1967 na Inglaterra, sendo o primeiro álbum conceptual da história. Influenciado pelo psicadelismo emergente, pelas vanguardas e por géneros musicais exteriores ao pop/rock como RaviShankar ou Stockhausen os Beatles estabeleceram um novo patamar na música pop/rock. Parabéns e obrigado!
Watchmen
Escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons Watchmen é uma banda desenhada publicada pela DC Comics. Originalmente fui publicada como uma série limitada mensal entre 1986 e 1987, sendo posteriormente publicada num único livro, que popularizou aquilo que os americanos intitulam por "graphic novel".
Watchmen foi vencedora de um Hugo Award e a Time Magazine considerou que estava entre as 100 melhores publicações de língua inglesa entre 1923 e 2005.
A história de Watchmen desenrola-se em 1985, numa realidade alternativa, num mundo perto de um conflito nuclear, e acompanha as aventuras de um grupo de super heróis e os eventos que rodeiam a morte de um deles.
A questão que envolve esta obra de arte é:
"Who watches the watchmen?"
Watchmen foi vencedora de um Hugo Award e a Time Magazine considerou que estava entre as 100 melhores publicações de língua inglesa entre 1923 e 2005.
A história de Watchmen desenrola-se em 1985, numa realidade alternativa, num mundo perto de um conflito nuclear, e acompanha as aventuras de um grupo de super heróis e os eventos que rodeiam a morte de um deles.
A questão que envolve esta obra de arte é:
"Who watches the watchmen?"
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Banksy
Banksy é um dos mais conhecidos artistas de rua do mundo. Os seus “stencils” são facilmente encontrados nas ruas de Londres. Nascido em Bristol, no Reino Unido, em 1975, iniciou a sua actividade aos 14 anos, tendo sido expulso da escola e preso por pequenos delitos.Sua obra é carregada de conteúdo social expondo claramente uma total aversão aos conceitos de autoridade e poder. Em telas e murais faz suas críticas, normalmente sociais, mas também comportamentais e políticas, de forma agressiva e sarcástica, provocando em seus observadores, quase sempre, uma sensação de concordância e de identidade.
Jean-Michel Basquiat
Jean-Michel Basquiat nasceu em 1960 em Nova Iorque e morreu em 1988.
Ganhou popularidade a pintar Graffitis na cidade onde nasceu. Em 1977, aos 17 anos, Basquiat e um amigo, Al Diaz, começaram a fazer Graffitis em prédios abandonados. A assinatura era sempre a mesma: "SAMO" ou "SAMO shit" ("same old shit").
No fim da década de 1970, Basquiat formou uma banda chamada Gray, com o então desconhecido músico e actor Vincent Gallo. No entanto, Basquiat só começou a ser mais amplamente reconhecido em Junho de 1980 quando participou do The Times Square Show, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome "Colab", onde foi catalogado como Neo-expressionista.
Ganhou popularidade a pintar Graffitis na cidade onde nasceu. Em 1977, aos 17 anos, Basquiat e um amigo, Al Diaz, começaram a fazer Graffitis em prédios abandonados. A assinatura era sempre a mesma: "SAMO" ou "SAMO shit" ("same old shit").
No fim da década de 1970, Basquiat formou uma banda chamada Gray, com o então desconhecido músico e actor Vincent Gallo. No entanto, Basquiat só começou a ser mais amplamente reconhecido em Junho de 1980 quando participou do The Times Square Show, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome "Colab", onde foi catalogado como Neo-expressionista.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Eric Fischl
Nascido em Nova Iorque, em 1948, Eric Fischl é hoje um dos mais importantes pintores realistas do mundo. O seu trabalho segue a representação de luz e a tentativa de compreensão subjectiva do homem e de seus problemas iniciada por Edward Hopper.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Existir
“O que vocês querem fazer da vida?” Perguntou a Maria, carregando a resposta na pergunta, mas eu só conseguia pensar que raio estava a fazer com estas pessoas que nada têm a ver com a minha história. Estas pessoas nasceram e cresceram no meio da abundância e do sucesso, nada sabem daquilo que eu e a maioria deste país somos feitos. Eu sou herdeiro da miséria, carrego a fome como herança genética e tenho o insucesso como garantia. O que quero fazer da vida? Existir é, para alguém como eu, a imensidão da totalidade, aquilo que mais incomoda a realidade.
domingo, 25 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Boleia
“I'm driving
Your girlfriend home
And she's saying
Your girlfriend home
And she's saying
How she never chose you”
Morrissey
Parei o carro em frente à casa dela. Era uma estranha noite de Primavera, que já cheirava a Verão. Ana tentava não chorar enquanto ia falando. “Ele é um cobarde. Um dia, quando estiver sozinho, porque isso vai acontecer, todos vão ver o que ele realmente é: um cobarde, que não merece aquilo que lhe dei. Mesmo o sexo era uma merda. A maioria das vezes, o melhor que ele conseguia era adormecer em cima de mim”
“Isso é agora, que a vossa relação está numa fase decadente. De certeza que no início as coisas correram bem.” Disse eu, tentando minimizar a situação.
“Não é verdade. Desde o início que sempre assim foi.”
Morrissey
Parei o carro em frente à casa dela. Era uma estranha noite de Primavera, que já cheirava a Verão. Ana tentava não chorar enquanto ia falando. “Ele é um cobarde. Um dia, quando estiver sozinho, porque isso vai acontecer, todos vão ver o que ele realmente é: um cobarde, que não merece aquilo que lhe dei. Mesmo o sexo era uma merda. A maioria das vezes, o melhor que ele conseguia era adormecer em cima de mim”
“Isso é agora, que a vossa relação está numa fase decadente. De certeza que no início as coisas correram bem.” Disse eu, tentando minimizar a situação.
“Não é verdade. Desde o início que sempre assim foi.”
Aquilo que eu sentia naquele momento era um misto de contentamento e de vergonha...
sexta-feira, 16 de maio de 2008
terça-feira, 13 de maio de 2008
segunda-feira, 12 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Elogio ao Amor
É uma noite quente e calma de Primavera. As estrelas e a lua nada nos dizem; limitam-se a acompanhar o nosso lento passeio. Embora as ruas estejam desertas os seus cabelos louros brilham de uma forma envergonhada, sempre que passamos pela luz de um candeeiro. Eu sinto a sua mão bem junto à minha e saboreio todos os pormenores daquele momento.
Não falamos. Apenas caminhamos de uma forma lenta, o que a mim me agradava imenso.
Não falamos. Apenas caminhamos de uma forma lenta, o que a mim me agradava imenso.
O silêncio que se partilha sem desconforto é algo de maravilhoso…
Mas rapidamente chegamos à entrada de sua casa. As nossas mãos continuam unidas e os nossos corpos estão tão perto que chego a sentir o seu calor. Inspirado pela cumplicidade das estrelas tento beijá-la, mas apenas sinto os dedos da sua mão que suavemente me tocam nos lábios.
- Não. Disse ela, não estragues este momento. Eu quero recordar-te assim, imaculado...
sexta-feira, 18 de abril de 2008
domingo, 13 de abril de 2008
Porque insistes?
Porque insistes?
Eu já quase tinha esquecido.
Porque insistes?
Eu já quase que recordava alguns (poucos é um facto) momentos que contigo vivi.
Mas não.
O abismo para ti não é suficiente.
Pois muito bem. Tens o meu ódio também.
Eu já quase tinha esquecido.
Porque insistes?
Eu já quase que recordava alguns (poucos é um facto) momentos que contigo vivi.
Mas não.
O abismo para ti não é suficiente.
Pois muito bem. Tens o meu ódio também.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Casa
Em casa deitei-me no chão da sala. Fiquei bastante tempo a fumar cigarros e a olhar para o teto. Esperava que este caísse sobre mim, mas sabia que nada iria acontecer. Estranho como os meus desejos nunca se concretizam...
Devia comer qualquer coisa ou fazer alguma coisa na minha vida. Mas uma inércia irreal toma conta de mim. Nem simplesmente conseguia odiar aquela criatura, portadora de mamas raquíticas, que me abandonou.
Devia comer qualquer coisa ou fazer alguma coisa na minha vida. Mas uma inércia irreal toma conta de mim. Nem simplesmente conseguia odiar aquela criatura, portadora de mamas raquíticas, que me abandonou.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Ana S.
“Por mais que eu tenha uma vida e tu outra, não é de qualquer forma necessário votar-mes a tamanha indiferença. Falaste-me há dias em tentarmos estar mais próximos. Eu expliquei-te que me sentia repudiada por ti. E sinto-o cada vez mais. Sempre que tento dar um passo, estendes a perna e estatelo-me no chão. Caio, caio, caio, sempre. É sempre assim , não é? E não digas que não tiveste intenção. Não me menosprezes dessa forma. Eu não sou parva. As coisas não me passam assim tanto ao lado. Mas pronto. Coisas que acontencem. E de qualquer forma não interessa. É sempre assim não é."
Ana S. 11 de novembro
domingo, 6 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Aqueles que carregam
Aqueles que carregam
A morte nos braços
Como quem carrega um filho
Inconsciente
São apenas o reflexo
Da mediocridade
Que nos consome a todos
Não acredito que se possa viver
Sabendo que já se nasceu morto
A morte nos braços
Como quem carrega um filho
Inconsciente
São apenas o reflexo
Da mediocridade
Que nos consome a todos
Não acredito que se possa viver
Sabendo que já se nasceu morto
Carolina
O sol
Timidamente penetrando
A janela
Enchendo o ar que nos rodeia.
O gosto amargo
Do café,
O travo seco
Do cigarro
E ela à minha frente...
O sol no seu rosto,
Iluminando o seu olhar.
Sinto que devia estar grato,
Mesmo feliz.
Mas não consigo abstrair-me desta dor
Deste vazio...
Ela sorri...
Sinto o travo seco do cigarro
E esboço um sorriso...
Timidamente penetrando
A janela
Enchendo o ar que nos rodeia.
O gosto amargo
Do café,
O travo seco
Do cigarro
E ela à minha frente...
O sol no seu rosto,
Iluminando o seu olhar.
Sinto que devia estar grato,
Mesmo feliz.
Mas não consigo abstrair-me desta dor
Deste vazio...
Ela sorri...
Sinto o travo seco do cigarro
E esboço um sorriso...
Fernando
Lentamente a noite deu lugar a uma madrugada encharcada em álcool e anfetaminas.
Caminhávamos ao sabor do vento pelas ruas húmidas da cidade. Um frio polar congelava o fumo dos cigarros em volta do rosto criando uma estranha composição enriquecida pelas luzes veladas dos tímidos candeeiros. O cansaço ainda era uma distante memória, mas os nossos corpos começavam a ganhar consciência da noite que ainda não tinha acabado.
Naqueles dias a vida era povoada de dúvidas. Mas eram dúvidas carregadas de doçura por permitirem ainda a esperança.
Só em casa dele quando já tínhamos comido e contávamos os cigarros que ainda nos restavam Fernando falou nela. As palavras dele não tinham amargura apenas uma leve resignação, que na altura me pareceu, sem eu perceber porquê, mais preocupante.
O travo forte e encorpado do Vinho que bebíamos turvava-me os sentidos e tudo me parecia incrivelmente distante como se eu observasse a realidade de fora, fazendo e ao mesmo tempo não fazendo parte dela. E o Fernando falava nela contava-me os pormenores mais íntimos do corpo dela, elogiava a voz, o toque e a inteligência.
Tudo que ele falava fez-me recordar a minha própria miséria e dei por mim a pensar que nunca tinha sido importante para ninguém. Seria sempre a roda suplementar, perfeitamente dispensável, de um mecanismo que apenas dependia de mim quando alguma parte desse sistema falhasse, durante o período de tempo necessário a manter em funcionamento o mecanismo.
Caminhávamos ao sabor do vento pelas ruas húmidas da cidade. Um frio polar congelava o fumo dos cigarros em volta do rosto criando uma estranha composição enriquecida pelas luzes veladas dos tímidos candeeiros. O cansaço ainda era uma distante memória, mas os nossos corpos começavam a ganhar consciência da noite que ainda não tinha acabado.
Naqueles dias a vida era povoada de dúvidas. Mas eram dúvidas carregadas de doçura por permitirem ainda a esperança.
Só em casa dele quando já tínhamos comido e contávamos os cigarros que ainda nos restavam Fernando falou nela. As palavras dele não tinham amargura apenas uma leve resignação, que na altura me pareceu, sem eu perceber porquê, mais preocupante.
O travo forte e encorpado do Vinho que bebíamos turvava-me os sentidos e tudo me parecia incrivelmente distante como se eu observasse a realidade de fora, fazendo e ao mesmo tempo não fazendo parte dela. E o Fernando falava nela contava-me os pormenores mais íntimos do corpo dela, elogiava a voz, o toque e a inteligência.
Tudo que ele falava fez-me recordar a minha própria miséria e dei por mim a pensar que nunca tinha sido importante para ninguém. Seria sempre a roda suplementar, perfeitamente dispensável, de um mecanismo que apenas dependia de mim quando alguma parte desse sistema falhasse, durante o período de tempo necessário a manter em funcionamento o mecanismo.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Carolina
2
Há no vento frio que corre
A esperança de dar descanso
Ao corpo e à alma
Não sei precisar qual deles
(corpo ou alma)
Apodrece mais rápido
Sei no entanto reconhecer os sinais de abandono
Que tomaram conta de ti
Vejo sempre a tua imagem
Embora esqueça por vezes
De ver o teu corpo
Há no vento frio que corre
A esperança de dar descanso
Ao corpo e à alma
Não sei precisar qual deles
(corpo ou alma)
Apodrece mais rápido
Sei no entanto reconhecer os sinais de abandono
Que tomaram conta de ti
Vejo sempre a tua imagem
Embora esqueça por vezes
De ver o teu corpo
terça-feira, 1 de abril de 2008
Carolina
1
É profunda e longa
A madrugada
Ressurgida sobre o vazio
E sobre a ausência
Ambos sabemos que a amargura
Da distância
É feita sobre ténues lençóis
Rasgados pelo peso de odores
Quentes e fétidos
Embora tenham sido um dia fluidos
De paixão
É profunda e longa
A madrugada
Ressurgida sobre o vazio
E sobre a ausência
Ambos sabemos que a amargura
Da distância
É feita sobre ténues lençóis
Rasgados pelo peso de odores
Quentes e fétidos
Embora tenham sido um dia fluidos
De paixão
segunda-feira, 31 de março de 2008
Sei que encontrámos o fim
Sei que encontrámos o fim.
Assim como sei
Que já nada tens para me dizer.
Tudo isso eu sei, mas
Saber em nada ajuda.
Há momentos em que a tua morte seria uma bênção…
Assim como sei
Que já nada tens para me dizer.
Tudo isso eu sei, mas
Saber em nada ajuda.
Há momentos em que a tua morte seria uma bênção…
quinta-feira, 27 de março de 2008
sábado, 22 de março de 2008
Atrás das roupas
Atrás das roupas nada há
Apenas dois corpos
Que na corrente da insegurança se fitam
Atrás dos corpos nada há
Apenas duas mentes
Que na corrente da insegurança se fitam
Ainda assim eles insistem em continuar
Levando à exaustão
Todos os valores
Esquecendo a insegurança e a falta de diálogo
Apenas dois corpos
Que na corrente da insegurança se fitam
Atrás dos corpos nada há
Apenas duas mentes
Que na corrente da insegurança se fitam
Ainda assim eles insistem em continuar
Levando à exaustão
Todos os valores
Esquecendo a insegurança e a falta de diálogo
sexta-feira, 21 de março de 2008
Escadas
Certo dia estava eu, como quase sempre, sentado com a Eva nas escadas de entrada do seu prédio. A dada altura passou por nós uma rapariga de chapeu preto...
- Olha, é a irmã do João – disse a Eva, – sabes quantos anos tem?
- Não faço a minima ideia – disse eu com pouco interesse em saber a idade da criatura que passava.
- Tem 13 anos.
Eu deveria ter dito qualquer coisa engraçada, qualquer coisa como: “porra as criancinhas hoje andam a crescer muito rápido, qualquer dia ninguém as apanha...”. Mas nada disse.
-Já viste, ela é mesmo bonita. – Insistiu a Eva.
Olhei, mas, talvez por estar apaixonado pelas escadas ou por ela ir de cabeça baixa a olhar para o chão, não reparei muito na beleza dela. Hoje sei como estava errado.
- É mais ou menos... não é muito o meu género – disse eu cada vez mais cansado da conversa.
É engraçado pensar se a Eva se lembra desta situação...
- Olha, é a irmã do João – disse a Eva, – sabes quantos anos tem?
- Não faço a minima ideia – disse eu com pouco interesse em saber a idade da criatura que passava.
- Tem 13 anos.
Eu deveria ter dito qualquer coisa engraçada, qualquer coisa como: “porra as criancinhas hoje andam a crescer muito rápido, qualquer dia ninguém as apanha...”. Mas nada disse.
-Já viste, ela é mesmo bonita. – Insistiu a Eva.
Olhei, mas, talvez por estar apaixonado pelas escadas ou por ela ir de cabeça baixa a olhar para o chão, não reparei muito na beleza dela. Hoje sei como estava errado.
- É mais ou menos... não é muito o meu género – disse eu cada vez mais cansado da conversa.
É engraçado pensar se a Eva se lembra desta situação...
quinta-feira, 20 de março de 2008
Ana era o seu nome
No fim da tarde fui ao "Capri". Pedi uma cerveja (já estava bêbado, para quê parar agora?). Numa mesa ao canto do café estava uma rapariga que eu só vi quando ela se levantou e se dirigiu a mim. Perguntou se se podia sentar e eu disse que sim. Sempre era melhor partilhar a ausência de neurónios na companhia de uma bela mulher, do que estar só com essa estranha forma de vazio. Tinha falado com ela duas ou três vezes, só porque ela vivia no prédio em frente do prédio da puta que me tinha deixado, mas que eu amava. A rapariga falava e sorria, mas eu sinceramente quase não ouvia o que ela dizia. Só conseguia pensar que ela era demasiado bonita e, infelizmente, demasiado nova.
Tinha o rosto e os braços bastante queimados o que me fez recordar que era Verão. Mas o que me impressionava mais eram aqueles olhos azuis de uma profundidade marítima.
Tinha o rosto e os braços bastante queimados o que me fez recordar que era Verão. Mas o que me impressionava mais eram aqueles olhos azuis de uma profundidade marítima.
Ana era o seu nome e quando lhe perguntei a idade confirmei as minhas suspeitas que poderia ser preso se a levasse para a cama.
Abertas as águas
Abertas as infindáveis águas deste mar
Um novo e perpétuo
Destino
Aguarda os andarilhos
Circuncizados
Mentalmente
Perpetuamente
Cinzento
E deserto o espaço em ti
Há uma linha e um destino
Pontos intermédios
De paragem
Vento agrava a desolação
Nada é mais que
Este abandono e miséria
Porque te abres
Dessa forma a quem te não merece
Porque és
O Destino que se esconde
Em cada palavra
Que penso
Um novo e perpétuo
Destino
Aguarda os andarilhos
Circuncizados
Mentalmente
Perpetuamente
Cinzento
E deserto o espaço em ti
Há uma linha e um destino
Pontos intermédios
De paragem
Vento agrava a desolação
Nada é mais que
Este abandono e miséria
Porque te abres
Dessa forma a quem te não merece
Porque és
O Destino que se esconde
Em cada palavra
Que penso
quarta-feira, 19 de março de 2008
Glória
Esta é minha maior glória;
Ser poeta...
Estar vivo
E não viver.
Sentir,
Sentado, a dor daqueles que desconheço.
Estar só ainda que acompanhado,
Sofrer e desejar, acima de tudo,
Ser amado.
Esta é minha maior glória;
Ser poeta...
Estar morto
E viver.
Recordar em cada passo a dor que senti,
Abandonar a vida
Ainda que preserve esta esperança;
Procurara alguém para amar
E ser amado
Ser poeta...
Estar vivo
E não viver.
Sentir,
Sentado, a dor daqueles que desconheço.
Estar só ainda que acompanhado,
Sofrer e desejar, acima de tudo,
Ser amado.
Esta é minha maior glória;
Ser poeta...
Estar morto
E viver.
Recordar em cada passo a dor que senti,
Abandonar a vida
Ainda que preserve esta esperança;
Procurara alguém para amar
E ser amado
terça-feira, 18 de março de 2008
Exposição
Aconselho a todos aqueles que perderam a inauguração desta exposição e que tenham oportunidade para que se dirijam ao Centro de Artes Visuais de Coimbra.
Michael Borremans, artista belga que se dedica à pintura e ao desenho claramente figurativos de origem fotográfica, tem vindo a merecer uma atenção crescente da critica internacional, com exposições efectuadas em algumas das mais prestigiadas instituições europeias e americanas. A sua obra, sendo oriunda da tradição surrealista da Europa central, possui uma intensidade que o tem vindo a colocar ao lado de pintores como Luc Tuymans e uma estranheza matizada com uma mestria técnica que ironiza a grande tradição pictórica. Nesta exposição, Borremans apresenta também um conjunto de filmes inéditos que tratam os mesmos temas da sua pintura e desenho.
Michael Borremans, artista belga que se dedica à pintura e ao desenho claramente figurativos de origem fotográfica, tem vindo a merecer uma atenção crescente da critica internacional, com exposições efectuadas em algumas das mais prestigiadas instituições europeias e americanas. A sua obra, sendo oriunda da tradição surrealista da Europa central, possui uma intensidade que o tem vindo a colocar ao lado de pintores como Luc Tuymans e uma estranheza matizada com uma mestria técnica que ironiza a grande tradição pictórica. Nesta exposição, Borremans apresenta também um conjunto de filmes inéditos que tratam os mesmos temas da sua pintura e desenho.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Primeiro Final
Foi numa tarde de Julho que ela concretizou os meus piores receios…
O Verão submetia-nos à sua real dimensão. Estávamos os dois sentados no sofá de minha casa tentando espantar o calor que insistia em dar uma consistência gelatinosa aos nossos corpos.
Ela trazia no rosto a marca de cemitérios e de funerais, aniquilando desta forma toda a esperança (que agora só a mim fazia sentido) num futuro. Como ela não conseguia falar foi necessário que a pressionasse até que ela disse:
-Eu adoro-te, mas já não sei se te amo. As palavras tinham ainda o sabor do mel, mas eram frias, distantes e afiadas como uma navalha de capar grilos ou porcos.
- Não quero que me adores, disse eu. Não me adores. Prefiro ter o teu amor ou o teu ódio, porque ser adorado implica distância e eu quero-te sempre perto de mim.
-Lamento muito, mas não posso. Nos olhos dela nasciam lágrimas azuis e transparentes. Não sabes como eu lamento, mas não consigo viver com uma pessoa que não tem objectivos nem sabe lutar.
Cheguei a pensar rebater as conclusões dela e dizer-lhe que apesar de não lutar, nunca deixei de ter objectivos, nunca deixei de sonhar, mas achei que não valia a pena, que ela tinha tomado a decisão que achava mais correcta e que não voltaria a trás.
Nessa Noite sonhei com Sereias e Barcos naufragados mostrando sinais de rombos de esperança no Casco.
O Verão submetia-nos à sua real dimensão. Estávamos os dois sentados no sofá de minha casa tentando espantar o calor que insistia em dar uma consistência gelatinosa aos nossos corpos.
Ela trazia no rosto a marca de cemitérios e de funerais, aniquilando desta forma toda a esperança (que agora só a mim fazia sentido) num futuro. Como ela não conseguia falar foi necessário que a pressionasse até que ela disse:
-Eu adoro-te, mas já não sei se te amo. As palavras tinham ainda o sabor do mel, mas eram frias, distantes e afiadas como uma navalha de capar grilos ou porcos.
- Não quero que me adores, disse eu. Não me adores. Prefiro ter o teu amor ou o teu ódio, porque ser adorado implica distância e eu quero-te sempre perto de mim.
-Lamento muito, mas não posso. Nos olhos dela nasciam lágrimas azuis e transparentes. Não sabes como eu lamento, mas não consigo viver com uma pessoa que não tem objectivos nem sabe lutar.
Cheguei a pensar rebater as conclusões dela e dizer-lhe que apesar de não lutar, nunca deixei de ter objectivos, nunca deixei de sonhar, mas achei que não valia a pena, que ela tinha tomado a decisão que achava mais correcta e que não voltaria a trás.
Nessa Noite sonhei com Sereias e Barcos naufragados mostrando sinais de rombos de esperança no Casco.
sábado, 1 de março de 2008
Setembro
Em Setembro regresso a Coimbra. Enquanto passo junto à escola primária dos Olivais vejo a Carolina sentada na paragem de autocarros. Falo com ela. No entanto, ela está queimada e distante, pouco fala e pouco manifesta. De qualquer forma ela estava de partida para algum lado e eu estava satisfeito por poder por fim desenvolver a minha relação íntima com as pedras da calçada que tantas saudades me deram.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
All you need is me
You hiss and groan and you constantly moan
But you don't ever go away
That's because
All you need is me
You roll your eyes up to the skies
Mock horrified
But you're still here
All you need is me
There's so much destruction
All over the world
And all you can do is
Complain about me
You bang your head against the wall
And say you're sick of it all
Yet you remain
'Cause all you need is me
And then you offer your one and only joke
And you ask me what will I be
When I grow up to be a man
Uhm, nothing!
There's a soft voice singing in your head
Who could this be?
I do believe it's me
There's a naked man standing, laughing in your dreams
You know who it is
But you don't like what it means
There's so much destruction
All over the world
And all you can do is
Complain about me
I was a small, fat child in a council house
There was only one thing I ever dreamed about
And Fate has just
Handed it to me - whoopee
You don't like me, but you love me
Either way you're wrong
You're gonna miss me when I'm gone
You're gonna miss me when I'm gone
Morrissey
But you don't ever go away
That's because
All you need is me
You roll your eyes up to the skies
Mock horrified
But you're still here
All you need is me
There's so much destruction
All over the world
And all you can do is
Complain about me
You bang your head against the wall
And say you're sick of it all
Yet you remain
'Cause all you need is me
And then you offer your one and only joke
And you ask me what will I be
When I grow up to be a man
Uhm, nothing!
There's a soft voice singing in your head
Who could this be?
I do believe it's me
There's a naked man standing, laughing in your dreams
You know who it is
But you don't like what it means
There's so much destruction
All over the world
And all you can do is
Complain about me
I was a small, fat child in a council house
There was only one thing I ever dreamed about
And Fate has just
Handed it to me - whoopee
You don't like me, but you love me
Either way you're wrong
You're gonna miss me when I'm gone
You're gonna miss me when I'm gone
Morrissey
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Aquela rapariga que trazia o luto no cabelo...
No rosto carregava a beleza exótica de tempos remotos, e no corpo uma falsa fragilidade que me inspirava coisas nobres, ao mesmo tempo que me fazia cheirar os animais com cio que rondavam a cidade.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
De volta a Coimbra encontrei o Samuel sentado na esplanada do Tropical. Fumava um cigarro como se mais nada existisse. Sentei-me ao seu lado. Trocamos poucas palavras. Mas com o Samuel não era necessário falar para estar confortável. Partilhava-mos o silêncio como quem partilha ideias ou sentimentos. O calor abafado era quase insuportável. E mesmo a cerveja gelada que bebíamos parecia não ter efeito algum, a não ser uma certa leveza occipital que se ia tornando cada vez mais evidente.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Receita
Como fui avisado pela Beatriz que a nossa relação tinha poucos anticorpos, corri apressadamente para a farmácia mais próxima com o intuito de comprar uma vacina. “Só com receita médica…” disse a farmacêutica escondida por detrás do balcão em e de uns óculos de massa grossa.
Para quê uma receita?, pensei eu. Não seria suficiente a vontade de todos aqueles que se expõem deliberadamente a todo tipo de vírus?
Para quê uma receita?, pensei eu. Não seria suficiente a vontade de todos aqueles que se expõem deliberadamente a todo tipo de vírus?
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Aquilo que não lhe entrava pela cabeça
Aquilo que não lhe entrava pela cabeça, entrava-lhe irremediavelmente pela vagina. É por isso mesmo que ainda hoje a vida lhe custa tanto a carregar.Quando se casou não o fez por sentir amor, fê-lo porque procurava uma solução e todos os dias repetia: “nunca fui tão feliz!”. Mas eu nunca soube se ela procurava convencer os outros ou se procurava uma forma desesperada de auto convencimento.
Originalmente publicada em penasuave
Originalmente publicada em penasuave
Tempo
Era a primeira vez em anos que se viam…O tempo, como qualquer outro curso de água, deixa as suas marcas de uma forma tão lenta que se torna quase imperceptível.
- Estás mais gordo. – Disse Eva com um sorriso malicioso.
- E tu continuas bonita, como sempre… - Disse o Paulo, com uma incapacidade de fixar o olhar e uma estranha entoação na voz. As palavras não eram falsas, mas demonstravam uma estranha falta de convicção, como se os sentimentos não acompanhassem as memórias e os processos cognitivos. Era tão estranho ter a consciência que os dois já tinham partilhado o tempo e o espaço e que agora ela era pouco mais que uma estranha, que lhe causava incómodo por estar tão próxima.
Originalmente publicada em penasuave
- Estás mais gordo. – Disse Eva com um sorriso malicioso.
- E tu continuas bonita, como sempre… - Disse o Paulo, com uma incapacidade de fixar o olhar e uma estranha entoação na voz. As palavras não eram falsas, mas demonstravam uma estranha falta de convicção, como se os sentimentos não acompanhassem as memórias e os processos cognitivos. Era tão estranho ter a consciência que os dois já tinham partilhado o tempo e o espaço e que agora ela era pouco mais que uma estranha, que lhe causava incómodo por estar tão próxima.
Originalmente publicada em penasuave
Subscrever:
Mensagens (Atom)